Blog Meu Vinho

12/04/2010
Uruguai caminha a passos largos na produção de bons vinhos
O pequenino Uruguai está a meio caminho de se transformar em um gigante na produção de vinhos de boa qualidade na América do Sul. O país, que já alcançou o status de quarto maior produtor latino-americano, cultiva a uva Tannat, responsável pelo sucesso dos vinicultores locais. Ao longo dos anos, a Tannat tem galgado os vários degraus na escala dos vinhos de excelência, representando cerca de 40% de toda a cultura vinícola do país.

– As uvas Tannat estão abrindo as portas para nós – disse com orgulho, a jornalistas, Virginia Stagnari, produtora de vinho no país. A família dela, de imigrantes italianos, fundou a Antigua Bodega Stagnari, cerca de 20 quilômetros ao norte de Montevidéu, em uma região líder neste tipo de vinhas.

Apesar de os vinhos do Uruguai estarem apenas começando a ganhar uma posição global, traz uma longa história de viticultura, que remonta 250 anos, quando os imigrantes franceses e espanhóis trouxeram a videira para o Novo Mundo. A uva Tannat Hardy, originalmente do sudeste da França, chegou ao Uruguai em 1870 pelo basco-francês Pascual Harriague, um imigrante que estava procurando uma varietal que prosperasse em solo uruguaio e se adaptasse ao clima.

Desde a década de 90, o Uruguai tem exportado vinho de alta qualidade em toda a América Latina, Estados Unidos e para alguns países do Golfo Pérsico.

Este pequeno país, de 3,4 milhões de habitantes, beneficia-se de uma crescente reputação como produtor de vinhos de qualidade superior, a preços razoáveis. Cerca de 8,2 mil hectares de vinhedos foram cultivados por cerca de 1,8 mil produtores. Os Stagnari, entre eles, cultiva a terra em uma propriedade do avô materno, fundada em 1929. Atualmente, a vinícola produz 140 mil litros de vários tipos de vinho, exportando uma em cada cinco garrafas para destinos como Brasil, México, Bélgica e Suécia.

Outro rótulo altamente valorizado no Uruguai é o Bouza. Embora tenha apenas uma década de idade, já produz um dos vinhos cotados entre os mais requintados do país, entre eles não apenas o Tannat, mas o Chardonnay e o Merlot.

– Para obter vinhos de qualidade superior temos que gastar um muitos homem-hora – disse o enólogo reponsável pela produção, Eduard Boido.

A busca por vinhos memoráveis significa também "a manutenção da biodiversidade da vinha", disse Boido, bem como cultivar as uvas "em parcelas nunca maiores do que meio hectare".

– A viticultura em pequena escala nos permite o controle de qualidade e garante a rastreabilidade de cada garrafa, algo em que insiste o setor responsável pela qualidade dos vinhos daquele país.

Segundo dados oficiais, o Uruguai exportou 1,2 milhões de litros de vinho em 2004, com um valor de US$ 3,3 milhões. Em 2008, vendeu 13,4 milhões de litros avaliados em US$ 10,6 milhões.
 

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