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As vinícolas argentinas, famosas no exterior pela variedade Malbec, travam uma equilibrada disputa com as casas chilenas pela liderança do mercado brasileiro de vinhos estrangeiros. Estima-se que um terço dos vinhos importados pelo Brasil venha do Chile e um terço da Argentina. Do total de vinhos consumidos no mercado brasileiro, cerca de 40% são importados atualmente.
A Nieto Senetiner, líder em vendas na Argentina, pode desempatar o jogo com os chilenos. A vinícola de Mendonza está investindo no Brasil, que já é o seu maior mercado no exterior.
Neste mês, a 'bodega' realizará no País uma campanha de marketing, de alcance nacional, para promover o vinho Nieto Senetiner Reserva Malbec, que se mantém por cinco anos na lista dos mais vendidos no mercado argentino, segundo a Nielsen, informa a empresa.
A vinícola já é líder no Brasil com a marca Benjamin, o vinho argentino mais vendido no mercado brasileiro entre os que custam acima de US$ 5. O Nieto Senetiner é um vinho mais caro. Enquanto sua garrafa sai por cerca de R$ 35, o Benjamin custa em torno de R$ 20 e R$ 25.
“Mas as vendas do Benjamin são cinco vezes maiores”, afirma Siedman Thomas Siedmann, gerente geral de marketing da Bodegas Nieto Senetiner, localizada em Luján de Cuyo, na região de Mendonza. A vinícola também produz a marca premium Cadus, cuja garrafa custa em torno de R$ 180.
Os comerciais do Nieto Senetiner Reserva Malbec vão ar no canal de TV por assinatura Globo News e em revistas de bordo entre junho e agosto. Essa será a primeira vez, desde 2003, que a casa argentina recorre à propaganda no mercado brasileiro.
Segundo Siedmann, o Brasil já é o maior importador da vinícola, à frente dos Estados Unidos, normalmente o principal comprador de vinhos argentinos. A casa vende atualmente para o Brasil cerca de US$ 3,5 milhões por ano, enquanto os embarques para os Estados Unidos somam cerca de US$ 2,5 milhões. A Nieto Senetiner fatura US$ 60 milhões por ano.
“Nossas vendas para o Brasil crescem em média 20% ao ano”, diz Siedmann. Com o câmbio favorável às importações, os vinhos estrangeiros ficaram mais competitivos para os brasileiros, sobretudo dos países vizinhos.
Como o consumo ainda é bastante baixo no Brasil, onde a cerveja é a preferência nacional, as tradicionais casas chilenas e argentinas ainda veem um grande potencial de aumento nas vendas no País. Enquanto cada brasileiro ainda consome em média 3 litros por ano, o consumo per capita na Argentina é de 40 litros anuais.
Malbec
Internacionalmente, a Argentina é conhecida pela variedade Malbec, que responde por 60% das exportações de vinho do país. Na região de Mendonza, as melhores safras da última década são consideradas as dos anos 2002 e 2004 |
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