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Trezentas e sessenta e cinco garrafas do champanhe Amour de Deutz, embaladas em elegantes caixas de couro branco, se transformaram no novo cartão de visita da maison francesa Deutz. Não são simples garrafas: com capacidade para seis litros da bebida cada uma e com o cupido (o amour) em relevo no vidro, elas abrigam o champanhe premium da casa elaborado apenas com as uvas chardonnay da safra de 1999. Custam, cada uma, € 3 mil (ou R$ 7.238 mil) e alguns exemplares serão vendidos no Brasil (a marca é importada pela Porto a Porto e Casa Flora). Lançadas no final do ano passado, elas simbolizam a nova fase da Deutz e o seu plano de conquistar novos consumidores, entre eles, os brasileiros. “Quero passar para o meu sucessor uma companhia que exporte 2,5 milhões de garrafas por ano, com grande participação no mercado brasileiro”, afirma Fabrice Rosset, presidente da Deutz desde 1996. O plano é ambicioso: no ano passado, foi exportado 1,6 milhão de garrafas para os mais diversos mercados.
No Brasil, os números ainda são modestos – a Deutz tem menos de 1% das cerca de 600 mil garrafas de champanhe que chegam todos os anos por aqui. Para aumentar esta participação, Rosset desembarca no País neste mês de abril, na segunda viagem em menos de um ano, para conduzir degustações por São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Na mala, as histórias da maison, fundada em 1838, em Aÿ, pequena cidade na região de Champanhe e de suas cuvées especiais. O Amour de Deutz, em garrafa tradicional, é uma criação do próprio Rosset, quando provou o chardonnay da safra de 1993. “As uvas eram uma explosão de elegância e maturidade”, lembra. Na ocasião, Rosset participava do conselho da maison, como representante da Roederer, grupo vinícola que adquiriu a marca em 1983.
Em seu primeiro ano, foram produzidas 15 mil garrafas do blanc de blancs, como são chamados os vinhos espumantes elaborados apenas com a chardonnay. Antes de chegar ao mercado, no final de 1999, a primeira safra do Amour de Deutz envelheceu por seis anos nas adegas subterrâneas em contato com as leveduras e ganhou a necessária complexidade dos grandes champanhes. E, desde então, é elaborado apenas em safras consideradas excepcionais.
Desta viagem, Rosset quer mostrar para os brasileiros a cuvée William Deutz, ainda não disponível para comercialização no nosso mercado – ele vai trazer algumas garrafas na mala. Elaborada com pinot noir e chardonnay, duas das três uvas autorizadas na região (a outra é a pinot meunier), a bebida é uma homenagem a um dos fundadores
desta maison. A Deutz nasceu da parceria dos então jovens amigos William e Pierre-Hubert Geldermann. A terceira cuvée, também não disponível no Brasil, é a William Deutz Rosé.
Se as cuvées especiais trazem o prestígio e o romantismo (o cupido tornou-se a marca registrada) à Deutz, seus demais champanhes mostram como o cuidado nos vinhedos e na vinícola resultam em borbulhas bem elaboradas e elegantes. Nos últimos 12 anos, a Maison investiu € 12 milhões em suas instalações. “Estou convicto de que para fazer vinhos de qualidade e em grandes volumes é preciso combinar tradição com tecnologia e, claro, boas uvas”, afirma Rosset. Assim, 80% dos 190 hectares de vinhedos da Deutz estão plantados em terrenos classificados como grands crus e premiers crus, considerados de qualidade superior. Na vinícola, os grandes tanques de fermentação foram substituídos por similares de, no máximo, 125 hectolitros, todos com controle de temperatura. Menores, eles permitem que as uvas de cada cru sejam vinificadas separadamente, resultando em uma maior diversidade de vinhos-base, aqueles que, depois de mesclados, seguem para a segunda fermentação em garrafas. “A diversidade é um dos fatores-chave para a complexidade do nosso champanhe”, acredita Rosset. O resultado se revela na taça, como Rosset agora investe para mostrar para os brasileiros.
por Suzana Barelli (Revista Menu - Abril 2010) |
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