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A safra de uvas de 2007 está sendo comemorada de forma especial pela Miolo. Além da boa qualidade das uvas garantida pelo clima semelhante ao da última safra, a empresa acaba de concluir a sua cantina modelo no projeto Fortaleza do Seival Vineyards, localizado na Campanha gaúcha, uma das novas e mais promissoras fronteiras do vinho brasileiro. A inauguração da vinícola aconteceu em fevereiro, quando deu início à vinificação dos 700 mil quilos de
uva procedentes 100 hectares que deverão ser colhidos até abril e
resultarão em 550 mil litros de vinho.
Com a finalização da vinícola, a Miolo conclui a 1ª fase do projeto
Fortaleza do Seival Vineyards, localizado em Candiota (RS), com
capacidade de vinificação de um milhão de litros. O diretor técnico, Adriano Miolo, estima que essa capacidade funcionará a pleno em dois anos. Este ano, a empresa implantará na região mais 20 hectares. Outros 20 ha plantados em 2005 entram em produção na próxima safra.
A 2ª etapa do projeto consistirá na ampliação da capacidade
produtiva, chegando a quatro milhões de litros, quando a empresa deverá ter total de 400 hectares com parreiras na região. A 3ª fase, prevista para encerrar em 2012, prevê a construção de uma estrutura de enoturismo, assim como existe no Vale dos Vinhedos, com sala de degustação, programas de visitação e varejo.
Conforme Miolo, a cantina modelo foi montada com o que há de mais
avançado em tecnologia. O investimento contou com recursos da Finep (R$ 8,5 milhões), que pela 1ª vez avalizou um projeto vitivinícola. Com a conclusão da cantina, a Miolo já acumula investimento total de R$ 20 milhões no Projeto Fortaleza do Seival, de um total previsto de
R$ 30 milhões.
Os recursos foram aplicados em viticultura, enologia e mercado. "Optamos por desenvolver na Campanha a viticultura de
precisão, com monitoramento climático, utilização de clones
específicos para cada tipo de solo e uso do conceito de arquitetura do vinhedo, visando a melhor exposição das uvas ao sol", afirma Miolo.
A cantina é equipada com máquinas e processos que preservam ao máximo a integridade da uva para produzir um vinho com a melhor qualidade. A recepção das uvas, por exemplo, é feita por gravidade. Após passarem
pela vinificação, os vinhos serão envelhecidos em barricas de
carvalho previamente escolhidas. "Desenvolvemos um estudo para fazer a utilização correta da madeira de carvalho para cada tipo de vinho", informa Miolo.
Antes mesmo de estar com a cantina concluída, a empresa adquiriu um software para fazer total rastreabilidade dos vinhos. "Será possível identificar a parcela de vinho de cada garrafa, bem como todo o
manejo do vinhedo. Com essa tecnologia, poderemos fazer todas as certificações de origem do projeto possíveis", diz Miolo. O software também vai facilitar o monitoramento de custos do plantio do vinhedo até a etapa final da comercializaçã o do vinho. "Trata-se de uma grande inovação no setor vitivinícola nacional, que trará para o
consumidor final a total garantia de estar consumido um produto de
qualidade certificada".
A cantina do Seival foi inaugurada com matéria-prima de qualidade excepcional. O tempo frio no inverno e seco e ensolarado no verão garantiu a colheita de uvas brancas com 20 graus babos e tintas com 22 graus babos. "O clima da Campanha é mais estável e sempre mais seco. O aumento da qualidade dos nossos vinhos lá produzidos se dará
por conta do envelhecimento dos vinhedos, que ainda são bastante
jovens", afirma Miolo.
A Miolo está trabalhando com conceito de encepagement, que busca, a partir de estudos de clima e solo e testes com vinhedos, uva e vinho, a vocação produtiva de uma determinada região. No Fortaleza do Seival, por exemplo, a empresa já testou 21 variedades de uvas. Destas selecionou oito com grande potencial: tannat, tempranillo,
touriga nacional, cabernet sauvignon, merlot e as brancas pinot griggio, sauvignon blanc e viognier. A produtividade média está entre 6 e 8 ton/hectare, número definido para todos os vinhedos da Miolo.
Com as marcas Fortaleza do Seival e Quinta do Seival, os vinhos
produzidos com uvas da Campanha Gaúcha surpreenderam especialistas em vinhos e os consumidores nacionais a internacionais. Em apenas dois
anos, os vinhos do Seival já acumulam 17 medalhas conquistadas no Brasil e em países como Inglaterra, Estados Unidos e França, para onde já são exportados. O jornal Le Monde, o principal da França, indicou o Quinta do Seival Castas Portuguesas como um dos bons vinhos do Novo Mundo, produzidos no hemisfério sul.
O Quinta do Seival Castas Portuguesas foi o primeiro a chegar ao mercado, em 2004. Em 2005, foram apresentados cinco novos vinhos: os tintos Quinta do Seival Cabernet Sauvignon, Fortaleza do Seival Tannat, Tempranillo, e os brancos Pinot Grigio e Sauvignon Blanc. |
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