O planeta está passando por uma revolução geográfica no mundo dos vinhos: o Terceiro Mundo está ganhando espaço no filão que era antes dominado por Europa e Estados Unidos.
Uma novidade no mundo dos vinhos é o conceito do "vinho das novas latitudes", que surgiu na Tailândia, onde a Siam Winery engarrafa uvas cultivadas em vinícolas flutuantes no delta do rio Chao Phraya, e se baseia no pressuposto de que as plantas são muito mais "maleáveis" do que se pensava antes. Quando colocadas em um novo ambiente, as plantas crescem com muito mais velocidade e eficácia.
Os vinhos tailandeses ainda são meros desconhecidos se comparados com os europeus (que dominam 62% da produção mundial) e os seus outros concorrentes (Argentina, Austrália, Chile, Nova Zelândia e África do Sul), mas estão ganhando mercado rapidamente.
China e Brasil, dois países de primeira linha entre os novos vinicultores, produzem hoje apenas 6,7 milhões de litros de vinho por ano, 2,4% do total mundial, segundo o centro de pesquisas britânico International Wine and Spirit Record, mas a tendência é que o aumento da produção se desenvolva paralelamente ao crescimento do consumo de vinho por parte da classe média.
Ainda de acordo com o centro, em 2011, o consumo de vinho na China aumentará 12%, no Brasil, 39%, e 82% na Índia. Esses dados chamaram a atenção dos investidores.
A LVMH adquiriu cotas importantes do Chandon, o champanhe brasileiro; Pernod Ricard virou proprietária de marcas da Índia, Brasil e Geórgia, enquanto Veuve Clicquot está há onze anos com um acordo com as Grover Vineyards de Bangalore, Índia.