|
A indústria vinícola uruguaia de exportação, em constante alta, começou a competir com os mercados líderes da região - Chile e Argentina - no segmento de alta qualidade, e prevê um aumento de 30% nas vendas este ano.
As exportações uruguaias de vinho aumentaram de 1,2 milhões de litros em 2004 a 9,8 milhões em 2007; autoridades e produtores buscam transformar esse crescimento explosivo em um aumento na entrada de divisas aumentando as vendas de vinhos finos.
"Apostamos no crescimento dos vinhos de qualidade, dado que não podemos competir em volume", disse à ANSA o presidente do estatal Instituto Nacional de Vitivinicultura, Ricardo Calvo, para quem a alta se funda em "uma melhora na produção dos vinhedos" e nas vendas de vinho a granel à Rússia desde 2006, mercado que consome fundamentalmente vinho branco.
O país registra, porém, um "baixo rendimento" nos vinhos de qualidade, cujo volume de produção muito inferior ao de mesa, ainda que suas vendas representem 80% das divisas.
Para os produtores, os benefícios de apostar na qualidade são claros, já que enquanto o preço médio do vinho a granel é de US$ 0,30 por litro, o valor de um vinho de qualidade pode oscilar entre US$ 2,70 e US$ 4,00 por litro.
Em alguns casos, "os vinhos uruguaios estão se cotizando melhor que os chilenos", disse Calvo, destacando que "a indústria está investindo para melhorar" a produção de vinhos de qualidade "dentro das capacidades" das bodegas locais, cerca de 270, das quais 30 são exportadoras de vinhos finos.
Uma delas é a bodega Joanicó, que produz anualmente 5,5 milhões de litros e está "fortemente focada" nas vendas de garrafas de 750 mililitros, principalmente da variedade tanat, destinada a restaurantes no exterior.
Nicolás Bonino, gerente de exportações da empresa, disse à ANSA que em 2007 foram exportadas 250 mil garrafas, em um total de US$ 1,1 milhão, o que significou um crescimento de 58% em relação a 2006.
Segundo ele, um fator que impulsiona a exportação é o fato de que "não há mercado no Uruguai para vinhos caros".
O consumo interno de vinho, que em 1994 chegava a 96,4 milhões de litros, caiu em 2006 a 83,8 milhões, segundo o Instituto de Vitivinicultura. Não obstante, a comercialização de vinhos finos cresceu no período de 1,7 milhão de litros a 4,7 milhões. |
|
Entrar
Blog Meu Vinho
