Blog Meu Vinho

29/10/2008
Salton comemora auto-suficiência na produção de mudas
Vinícola tem capacidade de produzir 500 mil mudas por ano e já planeja comercializar excedente do próximo ano fora de seu grupo de fornecedores.

Com a capacidade de produzir 500 mil mudas por ano, a Salton, de Bento Gonçalves, atingindo a auto-suficiência no segmento. No ano passado, a demanda chegou a 80 mil mudas, usadas para a renovação de vinhedos próprios e também repassadas a famílias parceiras neste ano. Para 2009, a previsão é ter disponível um total de 200 mil mudas, quando a Salton planeja comercializar o excedente fora do seu grupo de fornecedores.

Tornar-se auto-suficiente na produção de mudas têm uma importância significativa para o trabalho da vinícola, como destaca o agrônomo Agliberto Bianchi. A principal vantagem está na alta qualidade da videira, já que são oriundas de plantas com seleção de clones, inclusive na variedade determinada. “Os vinhedos implantados com essas mudas não apresentam falhas, são saudáveis, uniformes e têm um risco mínimo de perdas”, assegura Bianchi.

Não depender da importação de mudas é outra razão para o produto diferenciado. “Como a safra acontece primeiro no Hemisfério Norte, seis meses depois o Hemisfério Sul recebe mudas fora de época e que sobraram. Logicamente, não são as melhores”, observa. A qualidade discutível das videiras importadas ainda vem acompanhada de outros inconvenientes, como a troca e a mistura de variedades, além da tão conhecida burocracia das transações internacionais.

Livre dos transtornos comuns da importação, a Salton destaca outros benefícios do viveiro próprio, como a possibilidade de a vinícola focar na variedade desejada. “Se o mercado está caminhando para as brancas, como estamos observando, seguimos essa tendência”, explica o agrônomo. Atualmente, 66% do viveiro está voltado para uvas brancas, como Chardonnay, Riesling Itálico e Moscato Gialo, além da Pinot Noir, base para elaboração de espumantes nobres. O restante está focado em tintas viníferas: Teroldego, Ancelota, Tannat e Merlot.

As mudas também servem como moeda para as negociações com as famílias produtoras. “Fornecemos as plantas em troca de uva. É um investimento a longo prazo que a vinícola faz, já que começa a receber apenas a partir do terceiro ano. É um bom negócio para a empresa, que não precisa pagar em dinheiro e terá uvas de qualidade conhecida, e também para o produtor, que recebe matéria-prima certificada para trabalhar, além de ganhar um prazo esticado para começar o pagamento.

O trabalho para a conquista da auto-suficiência na produção de mudas começou em 2003, quando a vinícola participou de um projeto do Ministério da Agricultura e adquiriu 5 mil plantas de porta-enxertos (planta base para a formação de mudas) certificadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A intenção era começar a produção própria para fugir da importação e seus problemas. Os 5 mil porta-enxertos resultaram em 10 mil plantas matrizes que, hoje, podem gerar 50 novas estacas de porta-enxerto por ano, cada uma. O sucesso do investimento não aconteceu por acaso. Os cuidados foram intensos e a iniciativa sempre esteve entre as prioridades da vinícola de Tuiuty.
 
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