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Região já registrou incremento de 19% na comercialização até outubro.
O aumento da participação dos espumantes na mesa dos brasileiros tem uma representação especial para o Vale dos Vinhedos, na Serra gaúcha, responsável por 40% da venda do Rio Grande do Sul. O ano, que ainda espera o período de maior consumo da bebida, entre Natal e Ano-Novo, já registra um incremento de 19% - entre janeiro e outubro - na comercialização do produto da região. O número também supera em muito o aumento médio nacional, de 8%. Com as festas de final de ano, a expectativa é que seja registrado recorde, superando em 20% o desempenho de 2010 com a venda de mais de 6 milhões de garrafas.
Liderado pelo brut, que reafirma potencial da região com os espumantes finos, o crescimento representa 3,7 milhões de litros de espumantes, contra 3,1 milhões no ano passado. Do total, 3,6 milhões foram absorvidos pelo mercado interno e somente 131 mil foram exportados. Mesmo com um montante pouco representativo, no entanto, as exportações de espumantes do Vale mais que dobraram, apresentando incremento de 120%, o que, conforme o presidente da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), Rogério Carlos Valduga, é consequência em grande parte do reconhecimento do mercado europeu. A uva Chardonnay, característica da região e dos seus espumantes, concede Indicação de Procedência à bebida do Vale dos Vinhedos. “Nossos vinhos foram reconhecidos como de qualidade internacional. A partir daí as portas do mundo se abriram para nós e, com isso, o próprio povo brasileiro passou a consumir mais”, ressalta.
Além disso, o trabalho em associação tem sido essencial para a consolidação de uma marca para o Vale dos Vinhedos. Conforme Valduga, as empresas têm trabalhado em conjunto para aumentar a qualidade dos produtos. Graças a isso, afirma, nos últimos anos o percentual de aumento tem beirado os 20%, superior aos números apontados pelas vinícolas do resto do País. “Isso mostra que nossa região tem vocação forte para os espumantes. Faz que acreditemos que a nossa opção à base de uvas Chardonnay vai crescer muito não só a nível nacional mas também internacional”, acredita.
A democratização da bebida em todo o País é comemorada pelo setor, mesmo pelas vinícolas com produção de maior valor agregado, como as familiares. A Vinhos Larentis atribui o incremento de 20% na comercialização, tanto dos espumantes quanto do total da produção, à valorização dos brasileiros pela qualidade do produto nacional. Apostando nas boas vendas de 2011, a empresa comemorou dez anos com bons investimentos em ações no varejo. A produção limitada e a qualidade superior dos produtos já não inibem os consumidores, conforme o diretor comercial André Larentis. “Por sermos uma vinícola familiar, a valorização é maior, e isso tem estimulado as vendas”, sentencia.
A Larentis, que faz a distribuição direto ao consumidor, conta com a imagem do Vale dos Vinhedos para atrair mais turistas para a região. Assim, pretende levar para fora do Estado ainda mais garrafas e, dentro dos próximos quatro anos, lançar uma nova linha de espumantes. A boa imagem, conforme a diretora comercial da Casa Valduga, Juciane Casagrande, é essencial mesmo para a empresa mais tradicional. “Se conseguimos ter bons produtos é bom para todos, e o espumante é o carro-chefe para isso”, afirma.
Um exemplo do bom momento da região, acredita Juciane, é o lançamento do espumante Maria Valduga, de alto valor agregado e que promete competir com grandes champanhes do mundo. O primeiro lote, de 10 mil garrafas, lançado há menos de um mês, já teve 70% da produção comercializada. A Casa Valduga espera acréscimo de 25% nas vendas. “Crescer na faixa dos 20% não é fácil para uma empresa que está há tanto tempo no mercado, mas graças ao novo modelo de consumo isso acontece”, comemora a diretora comercial, que aposta nas ações de comunicação para os consumidores jovens como forma de consolidar o novo hábito dos brasileiros. |
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