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Suco de Uva e espumantes mantiveram ritmo de crescimento, e os vinhos finos e de mesa recuperaram espaço com a alta do dólar e ações de aproximação com o consumidor e varejo
Com crescimento de 9,82% sobre o ano anterior, o setor vitivinícola comemora o desempenho comercial de 2013, que sinaliza uma retomada de mercado em patamar superior ao obtido em 2010 na categoria de vinhos.
No ano passado, o setor comercializou 388,3 milhões de litros de vinhos, espumantes, sucos e derivados da uva, com todas as categorias fechando o período com índices positivos de crescimento. Como nos anos anteriores, os destaques continuam com os espumantes, com alta de 7,73% e 15,8 milhões de litros comercializados, e com o suco de uva, que sustentou alta de 40,12% na categoria 100% natural pronto para consumo, com 78 milhões de litros colocados no mercado.
Os dados foram apresentados ao setor na tarde de hoje (4), em evento realizado em parceria com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), no Centro de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Bento Gonçalves, RS.
Os bons resultados também se observam nos vinhos tranquilos. Enquanto que os finos expandiram 7%, com a venda de 20 milhões de litros, os de mesa tiveram alta de 3,2%, com a colocação de 212 milhões de litros.
Nestas duas categorias é que estão as melhores novidades, pois mostra uma melhor participação do vinho fino no mercado e a qualificação do vinho de mesa. Isso, porque desmembrando o resultado por categoria de embalagem, observa-se que o produto embalado (garrafa, garrafão e bag-in-box) teve incremento de 6,34%, com 107 milhões de litros comercializados. “Para o setor isso é muito importante, pois estamos agregando valor ao produto. Como ele tem um grande mercado no Brasil, as empresas estão utilizando a mesma tecnologia empregada no vinho fino no de mesa engarrafado, adotaram uma apresentação com rotulagem mais moderna, adequada ao que o consumidor quer. O brasileiro gosta do paladar foxado, que lembra a uva in natura e de sabor mais adocicado e mais leve para tomar”, observa o presidente do Conselho Deliberativo no ano passado, Alceu Dalle Molle. Contabilizando as vendas de vinhos finos, de mesa e espumantes, os rótulos nacionais representaram 77,6% da participação da categoria vinhos no mercado interno, ante 75,2% em 2012.
Entre os fatores que contribuíram para os bons resultados de 2013 destacam-se a alta do dólar, que deu maior competitividade aos produtos nacionais, as ações de promoção realizadas pelo Ibravin, que contribuíram para dar maior visibilidade à produção brasileira tanto para o trade como para o consumidor final, e a crescente aproximação com o varejo nacional.
A alta do dólar impactou também no ingresso dos importados no mercado interno. Os rótulos de fora do país reduziram 9,2% no volume comercializado, totalizando 72,2 milhões de litros. A queda mais significativa foi observada nos espumantes, com recuo de 19,6%. Já os vinhos tranquilos tiveram uma entrada 8,45% menor. Com isso, a participação de mercado dos vinhos brasileiros nos segmentos finos e espumantes, que em 2012 foi de 29,6%, avançou para 33,3% em 2013.
“Consolidamos a preferência do espumante e o suco é a bola da vez. Mas nos vinhos ainda estamos abaixo do patamar de 2009”, observa o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Dirceu Scottá. Entretanto, o dirigente, acredita que o setor está melhor preparado para recuperar mercado em 2014 e também nos próximos anos. “O vinho de mesa engarrafado está se qualificando cada vez mais, a retirada do Agrin do mercado está gerando melhor aproveitamento do granel para a elaboração de vinagres, o aumento do percentual de suco de uva natural nos néctares e novas opções de embalagem se somarão à demanda de mercado. Este ano teremos a Copa e esperamos que se consolidem junto ao varejo as estratégias para ampliação do vinho brasileiro nas gôndolas”, sinaliza.
Fonte: Cadastro Vinícola – Ibravin/Mapa/Seapa-RS |
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