
Os Estados Unidos ainda estão tendo um significativo aumento na venda de vinhos. É o país que mais consome o produto por volume. Em 2016, foram 341,5 milhões de caixas. De acordo com relatório da Vinexpo e da firma de pesquisa IWSR, a expectativa é que as vendas subam 4,9% até 2020, chegando a 358,3 milhões de caixas.
Os dados do relatório indicam também a tendência dos consumidores americanos de migrarem para vinhos mais caros. As vendas no varejo dos EUA têm previsão de aumentarem 11% até 2020, totalizando 38,6 milhões de dólares. Isso é duas vezes o mercado do país concorrente mais próximo, o Reino Unido.
Apenas a China deve crescer mais rápido do que os americanos nesse período de tempo em termos de volume. Já o mercado do Reino Unido deve ficar estável, com o aumento nas vendas de espumantes, compensando a queda no consumo de vinhos.
Millennials
Conquistar o mercado da geração dos Millennials é um dos principais objetivos da indústria do vinho. No entanto, os empresários ainda não sabem a melhor maneira de lidar com eles.
Os Millennials estão bebendo menos vinho do que as gerações anteriores a deles, segundo o relatório da Vinexpo e IWSR.
Esse dado reforça a ideia de outras pesquisas que sugeriram que, globalmente, os Millennials estão mais propensos a variar as suas bebidas entre vinhos, cervejas artesanais e spirits (vodka, gin, tequila, rum, whisky...), do que se manterem fiéis a uma categoria.
“Eles são menos leais aos produtos”, afirma o executivo-chefe da Vinexpo, Guillaume Déglise. “Por isso, acho que a indústria do vinho precisa se adaptar”.
Déglise afirma que parece haver uma mudança geracional. “Os Millennials querem saber exatamente o que está no copo: a variedade da uva, a sua origem e como é feito”, detalha.
Prosecco
A venda de espumantes continuará crescendo e impulsionada pela tendência do consumo de Prosecco, de acordo com o relatório da Vinexpo e IWSR.
Até 2020, o consumo de Prosecco aumentará em 13,6%, chegando a 34,4 milhões de caixas.
“O Prosecco fez uma grande mudança para tornar-se a sua própria marca”, relata Déglise. “Você não esconde mais que está bebendo Prosecco, pois é o que as pessoas estão pedindo”.
O sucesso se deve também ao preço menor. “É um luxo para todos os dias e percebido como “menos sério” que a champagne”, compara Déglise.
Mercado do Reino Unido
O consumo de vinho está em declínio no Reino Unido, com uma previsão de queda de 1,6%, baixando de 119,3 para 117,4 milhões de caixas até 2020.
A venda de espumante, contudo, está aumentando. A projeção é que suba 18,8%, chegando a 15,2 milhões de caixas em 2020.
O Brexit resultou em incerteza na economia e os preços subiram, sendo o mercado de vinhos muito sensível a mudança de valores.
Os produtos de menor preço, garrafas com valor de até 5 libras esterlina (cerca de 19 reais), vão sofrer ainda mais. “Será difícil manter este patamar de preço”, explica Déglise.
Fonte: Decanter |