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1. Região
O Velho Mundo refere-se a vinhos provenientes de países europeus como a França, Itália, Grécia, Espanha e de regiões do Norte da África e do Médio Oriente. A vinificação começou no Velho Mundo, por isso essas regiões têm uma história de viticultura e vinicultura muito mais longa do que outras partes do mundo, sem falar que eles têm produzido vinho por milhares de anos. O Velho Mundo é também onde algumas das técnicas de vinificação mais populares do mundo foram desenvolvidas e onde as leis de qualidade do vinho foram criadas e implementadas pela primeira vez.
O Novo Mundo refere-se a vinhos que vêm de lugares como os Estados Unidos, América do Sul, Austrália e África do Sul. Ao contrário do Velho Mundo, as regiões do Novo Mundo só produzem vinho desde o século XVI e fizeram isso usando estacas de videira e técnicas de vinificação trazidas do Velho Mundo. Pense nisso como um irmão mais novo seguindo os passos de seu irmão mais velho. Mais jovens, os vinhos do Novo Mundo são únicos e especiais para a família. Eles simplesmente não têm tanta experiência de vida e história como seus irmãos mais velhos, do Velho Mundo.
2. Regulamento
Dada a longa história de vinificação em regiões do Velho Mundo, não deve surpreender que cada um tenha um conjunto detalhado de regras pelas quais os viticultores e vinicultores devem respeitar. A França foi a primeira a implementar um sistema chamado de Controle de Denominação de Origem (Appellation d'Origine Contrôlée – AOC) num esforço para controlar a origem e a qualidade dos seus vinhos e assegurar que o seu sabor e estrutura reflitam o local de onde provém. Estas leis regulam questões como variedades de uva e onde podem ser plantadas, métodos de colheita, índices mínimos de álcool e métodos de elaboração. Depois, outras regiões vinícolas do Velho Mundo seguiram a liderança da França e implementaram seu próprio conjunto de leis de qualidade baseadas no sistema AOC.
Em contraste, há muito menos restrições nas regiões do Novo Mundo, porque elas não têm os mesmos tipos de leis. Os vinicultores podem escolher quais variedades plantar e onde. Além disso, eles são mais livres para experimentar como produzir o vinho com base no estilo e estrutura que querem fazer versus o que uma lei diz que eles têm que fazer.
No entanto, nós já provamos bastante para saber que o Velho Mundo e o Novo Mundo são ambos perfeitamente capazes de produzir um vinho de qualidade!
3. Estilo do vinho
O cheiro, o sabor e a sensação do líquido em sua boca são provavelmente as diferenças mais notáveis entre os vinhos do Velho e Novo Mundo. São nessas características que você realmente vê como o clima, o solo, a viticultura e a vinicultura afetam o produto final.
No Velho Mundo, é tudo sobre o terroir. As uvas são cultivadas e colhidas com foco em uma expressão do lugar mais do que em uma expressão da variedade da uva. Por isso, os vinhos do Velho Mundo tendem a ser mais terrosos e mineralizados. No Novo Mundo, no entanto, é tudo sobre as uvas, razão pela qual os vinhos dessas regiões são muito mais frutados e têm poucas ou nenhuma nota de terra ou mineral.
Regiões do Velho Mundo também tendem a não ficar tão quente como as regiões do Novo Mundo, o que significa que as uvas não costumam ficar tão maduras. Isso resulta em um vinho que é mais leve, com notas de frutas azedas, acidez mais alta e graduação alcoólica menor.
Em contraste, as regiões do Novo Mundo tendem a ser mais quentes, então, as uvas ficam mais maduras e têm mais açúcar para se converter em álcool. Isto resulta em um vinho que é mais encorpado, com notas de fruta madura, acidez mais baixa e maior graduação alcoólica.
Aqui está um atalho para entender essas diferenças:
Velho Mundo: climas frios a moderados = corpo mais leve, frutas sutis e altamente terroso e mineral.
Novo Mundo: climas moderados a quentes = mais encorpado, mais frutado e menos notas de terra e mineral.
Como qualquer tema, há exceções à regra. Essas são apenas orientações gerais para explicar os motivos de um vinho ser sentido dessa ou daquela maneira. Mas com essas informações, você já sabe o que esperar de um vinho e descobrir qual é o mais adequado ao seu paladar.
4. Rotulagem
Talvez a parte mais difícil de distinguir um produto do Velho Mundo de um do Novo Mundo é quando você realmente vai comprar uma garrafa de vinho. No Velho Mundo, quase todos os vinhos são rotulados regionalmente (com algumas exceções, como a Alemanha e a Alsácia). Por isso, se você não sabe as uvas que são cultivadas em uma determinada região, você não vai saber que tipo de vinho está comprando.
Por exemplo, antes de estudar sobre o mundo do vinho, nós pensamos que comprar uma garrafa de Chablis significava que estávamos comprando uma garrafa de vinho feito com uvas Chablis. Errado! Chablis é, na verdade, uma região da França e Chardonnay é a uva que é cultivada lá. Então, comprar uma garrafa de Chablis significa que você está comprando uma garrafa de Chardonnay.
Se isso pode parecer confuso, a razão remonta à longa história de vinificação, as leis de qualidade e o foco no terroir associado com os vinhos do Velho Mundo. O sentido de lugar é o que mais importa, por isso a rotulagem regional ajuda as pessoas saberem qual o gosto esperar de um vinho, baseado no lugar onde ele é elaborado.
Por outro lado, as regiões do Novo Mundo tornam muito mais fácil a vida daqueles que sabem pouco ou nada sobre o vinho. Os produtos do Novo Mundo são rotulados por variedade de uva. Com isso, se uma garrafa de vinho da Califórnia diz Chardonnay em seu rótulo, isso realmente significa que você está comprando uma garrafa de Chardonnay feito de uvas Chardonnay!
Velho Mundo versus Novo Mundo - por que isso importa?
Existem diferenças significativas entre os vinhos do Velho Mundo e do Novo Mundo, mas determinar a sua preferência entre os dois é completamente pessoal. Você pode preferir um Chardonnay mais pesado da Califórnia que tem gosto de manteiga, maçãs amarelas cozidas e abacaxi maduro, ao invés de um Chardonnay mais leve da França, que tem gosto de maçãs verdes e minerais. Um não é necessariamente melhor do que o outro. Apenas se resume a sua preferência pessoal.
Então, da próxima vez que você estiver em um restaurante ou loja de vinhos, tentando decidir o que escolher, primeiro identifique de onde o vinho é para determinar se é do Velho Mundo ou do Novo Mundo. Em seguida, use as diretrizes dessa reportagem para prever o estilo básico e o perfil de sabor do vinho. Se você puder aprimorar essas diferenças e o que você gosta ou não, logo saberá que estilo prefere e terá confiança para descrever o que você quer para um sommelier ou escolher uma garrafa de vinho para si mesmo que sabe que vai gostar!
Fonte: Community Table |
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