Blog Meu Vinho

24/07/2017
Pesquisa mostra quais doenças cardiovasculares são impactadas pelo álcool
Estudo ainda separou os dados dos não-bebedores e aqueles que beberam por um tempo, mas depois pararam
Pesquisa mostra quais doenças cardiovasculares são impactadas pelo álcool
Por décadas, os pesquisadores da saúde têm encontrado evidência que o consumo moderado do álcool pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Mas a ligação exata permanece obscura. Alguns cientistas têm minimizado as descobertas. Um novo estudo do Reino Unido avançou em duas frentes críticas: descobriu quais as doenças cardiovasculares que são impactadas pelo álcool e separou os dados sobre não-bebedores que sempre evitaram o álcool e aqueles que beberam por um tempo, mas depois pararam.

Pesquisas anteriores mostraram ligações entre consumo moderado de álcool e doenças cardiovasculares. Isso inclui um declínio mais lento no colesterol HDL (o "bom") que impede depósitos de placa que levam a doenças cardíacas, entre outros benefícios. Foi descoberto que o vinho tinto diminui o risco de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e doenças cardíacas relacionadas com morte.

No novo estudo, publicado no British Medical Journal, pesquisadores da Universidade de Cambridge e University College de Londres analisaram as correlações entre o consumo de álcool e 12 diferentes condições cardíacas. Os resultados sugerem que beber com moderação pode reduzir o risco de oito dessas condições.

De acordo com Steven Bell, um epidemiologista genético da Universidade de Cambridge e principal autor do estudo, distinguir essas condições é essencial. "Há muitos tipos diferentes de doenças cardiovasculares, com distinta biologia subjacente", disse. "Agrupamento de transtornos pode obscurecer as sutis diferenças que podem estar presentes em todas as doenças." É frequentemente citado que beber uma pequena quantidade de álcool pode ser "bom para o coração", mas se essa relação é conduzida por um punhado de doenças, então, nós não estamos mostrando o quadro completo para que as pessoas possam tomar uma decisão sobre o seu nível de ingestão de álcool.

O estudo reuniu os registros de saúde de 1,93 milhões de pacientes no Reino Unido. Todos os pacientes escolhidos foram de 30 anos ou mais e não tinham antecedentes de doença cardiovascular. Os pesquisadores adotaram uma abordagem detalhada ao categorizar os padrões de consumo dos sujeitos: os não bebedores que sempre foram abstêmios foram separados dos não bebedores que deixaram de beber em algum momento de sua vida. Estes dois grupos são muitas vezes misturados, levando céticos a perguntar se os não bebedores têm um maior risco de problemas de saúde porque alguns pararam de beber por causa de preocupações com a saúde.

Os resultados do estudo foram ainda positivos para os bebedores em geral. Mesmo quando separados de não-bebedores que já consumiram vinho durante um período de tempo, os abstêmios mostraram um risco aumentado de vários incidentes cardiovasculares sobre bebedores moderados, incluindo insuficiência cardíaca (24% mais provável), infarto do miocárdio (32%) e morte coronariana não anunciada (56%). Os bebedores ocasionais também apresentaram riscos ligeiramente maiores de algumas doenças do que bebedores moderados.

Os antigos bebedores tiveram o risco aumentado em nove das doenças cardíacas. Curiosamente, os bebedores pesados apresentaram menor risco de infarto do miocárdio e angina estável (mas um risco maior para todas as outras doenças estudadas).

O consumo moderado de álcool não parece afetar incidências de morte súbita coronariana ou parada cardíaca, ataques isquêmicos transitórios ou hemorragias.

Bell diz que mais pesquisa é necessária para identificar por que o consumo de álcool tem um efeito positivo sobre certas doenças cardiovasculares. "Até então, é improvável que tanto os proponentes como os adversários da hipótese de que o consumo moderado de álcool seja protetor estarão dispostos a admitir a derrota", avalia Bell. Os amantes do vinho terão de esperar por resultados mais conclusivos.

Fonte: Wine Spectator
 

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