Blog Meu Vinho

14/02/2018
Vinicultores australianos se preparam para defender o direito de produzir Prosecco
Isso acontece em meio a rumores de que o governo italiano tentará reivindicar o uso exclusivo do rótulo.
Como a Itália deve solicitar um Indicador Geográfico (IG) para o Prosecco, antes das negociações para um acordo de livre comércio entre a Austrália e a União Europeia (UE), os produtores da Austrália afirmaram que defenderão seu direito de usar o nome mais uma vez.

O pedido será a segunda tentativa em cinco anos com o objetivo de proteger o status do vinho espumante italiano na Austrália.

Um IG impedirá os vinicultores australianos de usar o nome Prosecco, o que poderia ter um enorme impacto na indústria vitivinícola do país, já que essa uva continua a crescer em popularidade em todo o mundo.

Vital para a natureza distintiva do vinho espumante é a variedade da uva, que se chama Prosecco na Austrália, mas tem sido chamada de "Glera" na UE por quase uma década.

Em 2009, a região italiana de produção tornou-se registrada na UE como "Prosecco DOC", e a variedade de uva utilizada para fazer o espumante foi denominada “Glera” - que, segundo se acredita, foi deliberadamente escolhida para desencorajar os produtores de fora da região de usarem a uva para fazer vinho espumante.

Qualquer pessoa que cultive a uva anteriormente conhecida como Prosecco fora da região italiana não pode usar a palavra Prosecco no rótulo, se quiser vender o produto na UE.

Na Austrália, no entanto, o mercado de Prosecco está crescendo desde que a variedade de uva foi introduzida há mais de 20 anos. O mercado australiano vale cerca de 60 milhões de dólares, e deverá crescer até 200 milhões de dólares nos próximos anos.

O Registrar of Trademarks rejeitou o pedido para que a Prosecco fosse registrada na Austrália como uma indicação geográfica italiana em 2013, um movimento que a Federação do Vinho da Austrália agiu de forma agressiva contra.

Mas com autoridades australianas e européias atualmente em negociações para assinar um acordo de livre comércio entre a Austrália e a UE, os vinicultores afirmam que autoridades italianas podem colocar o IG de volta à mesa.

Um porta-voz do Departamento Australiano de Relações Exteriores e Comércio (DFAT) disse aos empresários do ramo que “está ciente da importância de manter descritores, como variedades de uva e termos genéricos, disponíveis para uso por comerciantes australianos”.

"Estamos trabalhando em estreita colaboração com a indústria do vinho australiano nesta questão em nossas negociações em andamento para um abrangente e ambicioso Acordo de Livre Comércio entre a Austrália e a UE", relatou.

Fonte: The Drinks Business
 

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