Blog Meu Vinho

18/07/2018
Tendência vegana levanta questões para o vinho
O veganismo está indo mainstream e os primeiros sinais sugerem que o vinho poderia ser um dos pontos focais para o debate em 2018.
O varejista da Co-op do Reino Unido disse que planeja expandir sua gama de vinhos veganos para 100 rótulos este ano e desafiou todos os fornecedores de vinhos a “fazer vinhos veganos onde possam".

O varejista rival Majestic Wine adicionou símbolos veganos e vegetarianos às informações do vinho em seu site relançado.

"O vinho vegano não pode ter sido clarificado, filtrado ou entrado em contato com qualquer coisa derivada de uma fonte animal ou leiteira", explica um porta-voz do Majestic. Haviam 32 vinhos veganos no site do varejista, embora isso varie de mês a mês.

Há pelo menos 542 mil pessoas seguindo uma dieta vegana no Reino Unido contra 150 mil 10 anos atrás, de acordo com a Sociedade Vegana.

“Veganário” tornou-se uma das palavras-chave da temporada, apoiada por celebridades. O cineasta premiado com o Oscar James Cameron e a vegana de longa data Pamela Anderson são produtores executivos de um documentário sobre dietas baseadas em plantas, chamado Game Changers, lançado no Sundance Film Festival de 2018.

Tudo isso tem o potencial de provocar debate sobre a identidade dos vinhos veganos e por que algumas vinícolas não fazem a classificação.

Também poderá reabrir a discussão em torno da divulgação nos rótulos de vinho.

Os agentes de filtragem tradicionais, como claras de ovo ou caseína, são utilizados por algumas vinícolas para clarificar os vinhos acabados, mas atualmente não há exigências legais para indicar isso nos rótulos da União Européia ou dos EUA.

"Eu suspeito que um monte de vinho é vegano, mas o produtor não coloca no rótulo", afirma Kristin Syltevik, da vinícola Oxney Organic Estate, na Inglaterra. "Os produtos de filtragem tradicionais que foram ovos, peixes e derivados de leite, provavelmente, foram trocados por produtos à base de vegetais".

Alguns produtores optam por não clarificar os seus vinhos.

Em termos de alternativas, alguns trabalhos de pesquisa se concentraram em agentes de compensação à base de trigo, mas a presença de glúten pode ser um problema e o trabalho subsequente tem como alvo os produtos derivados da ervilha e da batata.

Tony Milanowski, do Plumpton College do Reino Unido, acrescenta que a questão vai além da clarificação. O veganismo é um movimento amplo, porque as pessoas fazem isso por questões dietéticas, éticas e preocupações ambientais.

"Muitos veganos têm interpretações mais estritas e buscam evitar a cera de abelha (usada para selar garrafas) e rolhas aglomeradas (que usam colas à base de leite), enquanto outros não estão interessados nessas preocupações, porque os derivados animais não são considerados no produto final”, explica Milanowski.

Além disso, ele afirma que os vinhos biodinâmicos não clarificados e não filtrados ainda podem falhar em alguns padrões da ética dos veganos, dependendo da fonte de estrume e partes de animais (crânios, chifres e órgãos) utilizados na vinha.

Fonte: Decanter
 

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