Blog Meu Vinho

25/07/2018
Denominações de origem nos EUA aumentam os preços do vinho
A obtenção de uma denominação oficial de vinho do governo americano pode aumentar os preços em até 14 dólares por garrafa
Convencer o governo federal a reconhecer oficialmente o terroir único de uma região vinícola pode aumentar substancialmente o preço da garrafa do produto, de acordo com um estudo econômico.

A pesquisa descobriu que certas regiões geográficas dentro do Willamette Valley, no estado americano de Oregon, viram os preços de seus vinhos terem aumento estatisticamente significativos devido a sua designação federal como denominações de "Área Viticultural Americana" (AVA).

Os preços médios e os rankings de vinhos foram comparados em seis sub-denominações de origem dentro do Willamette Valley como parte do estudo, que foi liderado pelo professor de economia Omer Gokcekus, da Seton Hall University, em Nova Jersey. O estudo foi publicado no Journal of Wine Economics.

Depois de obter suas denominações de origem, os vinhos de quatro dessas áreas - Montanhas Chehalem, Dundee Hills, Ribbon Ridge e Yamhill Carlton - viram sua relação preço-qualidade superar o resto do Willamette Valley.

Sendo todos os outros fatores iguais, as designações de origem contribuíram para preços mais elevados que variam de 1,43 a 14,13 dólares nas garrafas com uma pontuação de 90 pontos na Wine Spectator.

Gokcekus, o autor da pesquisa, disse que ficou intrigado com o fenômeno. Para que as vinícolas solicitem ao Departamento de Impostos e Comércio de Álcool e Tabaco nos Estados Unidos uma denominação de origem, deve haver uma motivação econômica, afirma.

"Eu esperava ver um aumento, caso contrário, por que você deveria se incomodar?", indaga. Mesmo assim, Gokcekus ficou surpreso com o tamanho do aumento do preço que alguns vinhos tiveram unicamente devido ao ganho de uma denominação de origem.

A gama de condições de cultivo de uvas é mais estreita dentro de uma denominação de origem menor, levando os consumidores a acreditar que correm menos riscos de comprar um vinho de qualidade inferior dessa região, explica.

Gokcekus acrescenta que há também uma sensação de exclusividade que vem da compra de vinhos de uma área que tem apenas um número limitado de garrafas disponíveis. "Estamos falando de vinho. Em minha mente, estamos falando de percepções", justifica.

A criação de denominações cada vez menores provavelmente deixa de fazer sentido econômico em algum momento. À medida que o número de vinícolas dentro de cada área encolhe, cada uma deve gastar mais dinheiro para promover a região e não pode agrupar seus recursos com eficiência.

Além disso, Gokcekus alerta que as vinícolas não ganharão muito com uma designação de sub-denominação de origem se estiverem localizadas dentro de uma denominação maior que não ganhou muitos elogios. No caso do estudo, o Willamette Valley já havia estabelecido uma base sólida na indústria do vinho.

Fonte: Capital Press
 

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