Blog Meu Vinho

23/01/2019
Clima extremo está se tornando o novo normal
Regiões vinícolas sofrem com o aumento da frequência de incêndios florestais, secas e enchentes, devido às mudanças climáticas provocadas pelo homem.
O clima tornou-se mais volátil e mais extremo nos últimos 36 anos, disse o Conselho Consultivo Científico das Academias Europeias (EASAC) em um relatório recente.

"Eventos" de inundações quadruplicaram globalmente desde 1980, enquanto secas, incêndios florestais e ondas de calor extremas mais que dobraram nesse período, afirma o conselho, que é formado por 27 academias nacionais de ciência na Europa, incluindo a Royal Academy, do Reino Unido.

Seu relatório, publicado em março de 2018 e que mostra uma tendência contínua de um estudo anterior publicado em 2013, adiciona evidências de que a mudança climática está criando um clima mais volátil, assim como temperaturas mais altas.

Embora os riscos potenciais à vida sejam claramente a preocupação mais premente, o relatório da EASAC também tem ressonância em um mundo de vinhos que enfrentou uma mistura inebriante de eventos climáticos extremos em 2017.

Como o colunista Andrew Jefford destacou recentemente, "2017 deve ser considerado como um dos anos mais desastrosos que o mundo do vinho sofreu desde o aparecimento da filoxera".

O Dr. Greg Jones, especialista em mudanças climáticas e seus possíveis efeitos sobre os vinhedos, destaca: “Para as regiões vinícolas, há evidências que variam de região para região, mas mostram que os eventos de granizo e chuva forte são mais freqüentes e eventos de calor intenso são mais freqüentes e mais longos”.

Jones, que é diretor do Grace & Ken Evenstad Center for Wine Education no Linfield College, em Oregon, nos EUA, acrescenta: “No início dos anos 90, quando comecei a observar as mudanças climáticas e o vinho, ficou claro que havia tendências para maior variabilidade nas temperaturas”.

Para ele, isso significava que: “embora o clima estivesse aquecendo, estava se tornando mais variável. Ou, em outras palavras, oscilações mais amplas em extremos frios e extremos de calor. Isto foi confirmado ao longo dos anos e continuo a ver em outro trabalho que fiz”.

O EASAC pediu uma ação urgente para mitigar as ameaças representadas pelas mudanças climáticas provocadas pelo homem.

"A adaptação e a mitigação devem permanecer como as pedras angulares do combate às mudanças climáticas", defende o professor Michael Norton, diretor do programa ambiental da EASAC.

Fonte: Decanter
 

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