Blog Meu Vinho

30/10/2019
O vinho brasileiro pode conquistar o público americano?
A indústria de vinhos do Brasil triplicou em valor nos últimos 10 anos, e os produtores enxergam oportunidades nos Estados Unidos
A indústria do vinho no Brasil tem mais de 100 anos, mas até recentemente muito pouco de seus vinhos deixavam o país. No entanto, nos últimos cinco anos, os viticultores da nação sul-americana, com apoio do governo, aumentaram seus esforços de exportação. E os seus três principais alvos são os Estados Unidos, a China e o Reino Unido.

“Os EUA são o nosso principal país exportador”, relata Diego Bertolini, diretor de marketing da Wines of Brasil. “O fato de que mais de 120 milhões de americanos bebem vinho e de o mercado continuar crescendo faz dos EUA um destino ideal de exportação.” Mas o Brasil enfrenta vários desafios, nenhum mais significativo do que a falta de familiaridade dos americanos com o vinho brasileiro.

"O Brasil é um país mais famoso por sua cultura colorida, florestas tropicais e praias imaculadas do que a qualidade de seus vinhos, embora isso esteja mudando rapidamente", reconhece o Mestre Sommelier Ian Cauble. “Uma dedicada comunidade, centrada principalmente na região da Serra Gaúcha, produz deliciosos vinhos em diversos estilos e cores".

A indústria do vinho do Brasil data da década de 1880, quando um punhado de vinícolas foi estabelecido por imigrantes do norte da Itália, mas agora cresceu para mais de 1.100 vinícolas. Durante a última década, a indústria do vinho se expandiu, com a receita aumentando de 213 milhões de dólares em 2007 para mais de 640 milhões em 2017. A produção foi de 337 milhões de litros no ano passado, de acordo com a Wines of Brasil. Hoje existem 195.000 acres de vinhedos no país.

Perto de 90% da produção de vinho do Brasil vem da região da Serra Gaúcha, no sul do Brasil. As uvas principais são Chardonnay e Pinot Noir para produção de vinho espumante. Mais ao sul, perto da fronteira com o Uruguai, Cabernet Franc, Marselan e Merlot são variedades populares. Moscatel espumante de estilo Asti e Glera espumante (a uva do Prosecco) são outras categorias em crescimento.

“Nossa expertise é vinho espumante”, destaca Bertolini. “Estamos fazendo isso há décadas e corresponde à nossa cultura de celebração. Fazemos todos os estilos de espumante, desde o tradicional méthode traditionnelle envelhecido durante anos nas borras até o Moscato espumante semi-doce. ”

Alguns especialistas do setor concordam. "O vinho espumante é um ponto particularmente promissor na paisagem diversificada e longínqua do Brasil", afirma Doug Frost, Mestre Sommelier e consultor de vinhos. “Existem vinhos brasileiros brancos e tintos, mas acho que há valor e até novidade em oferecer espumante brasileiro.”

Esse foco no espumante é a base da estratégia de exportação do Brasil. Eles esperam participar do crescimento das vendas de espumantes em todo o mundo e do contínuo crescimento da categoria no mercado norte-americano - segundo o Impact Databank, as vendas de espumantes cresceram 3% em 2017 comparado com os 0,3% para todo o vinho. E os brasileiros acreditam que os espumantes os diferenciam dos dois principais países produtores de vinho da América do Sul, o Chile e a Argentina, que são mais conhecidos pelos vinhos tintos.

Atualmente, apenas 11 vinícolas brasileiras exportam vinho para os EUA, principalmente para as cidades da Costa Leste, como Nova York e Miami. Mas o vinho brasileiro permanece relativamente desconhecido entre os consumidores americanos. E os vinhos ainda estão chegando em pequeno número, com apenas 16.739 caixas de vinhos brasileiros enviados para os EUA em 2017, de acordo com relatórios da alfândega dos EUA. Portanto, ainda há muito trabalho que precisa ser feito.

Fonte: Wine Spectator
 

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