Blog Meu Vinho

01/04/2020
Especialista defende que a harmonização de vinhos é bobagem
Para Tim Hanni, combinação de comida e vinho é pseudociência
No passado, era tradição servir vinho branco com peixe e tinto com bife. No entanto, essas regras de harmonização de vinhos são absurdas, de acordo com um dos maiores especialistas do mundo.

Tim Hanni, um consultor, palestrante do setor de vinhos e um dos primeiros americanos a se tornar um mestre do vinho, afirma que a harmonização de vinhos é pseudociência.

"Não existe uma harmonização de vinhos perfeita. Estamos causando muito dano na forma como estamos combinando e categorizando o vinho. Precisamos começar uma campanha para parar com a harmonização de vinhos e comidas”, defende Hanni. "Devemos celebrar a diversidade dos consumidores, não fazê-los se sentirem idiotas. Você pode servir o Sauvignon Blanc com filé - por que não?"

Hanni acrescenta: "Precisamos superar a noção de que comida e vinho cresceram juntos. Combinação de comida e vinho é pseudociência cheia de metáforas e mal-entendidos".

Ele alerta que se os consumidores sempre soubessem que estão bebendo o vinho errado com a comida, eles escolheriam coquetéis e cerveja.

Enquanto, tradicionalmente, a comida local sempre foi apreciada com o vinho local, a década de 1980 assistiu a um boom nas instruções de "harmonização de vinhos", já que a indústria do vinho tentou transformar o consumo da bebida em uma atividade de alta intelectualidade.

Daniel Keeling, co-fundador do bar de vinhos Noble Rot, em Londres, acredita que as idéias tradicionais em torno do vinho devem ser desafiadas. "A combinação de vinho e comida é um assunto para ser contestado e, apesar de não ter como negar o poder das harmonizações clássicas, nunca houve um momento mais excitante para experimentar ou ignorar completamente as 'regras' convencionais”.

Victoria Moore, colunista de vinhos e autora do livro The Wine Dine Dictionary, afirma que "o erro que as pessoas cometem quando estão falando sobre a ideia de combinar comida e vinho é imaginar que é prescritivo. Vinhos com alimentos são sugestões de prazer - nem mais nem menos”.

Fonte: Telegraph
 

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