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O vinho enlatado está decolando. Não é incomum encontrar latas de Chardonnay, Pinot Noir e rosé nas prateleiras das lojas e sendo vendidas em festivais de música. Antes considerada uma novidade, as latas explodiram no mercado convencional, atraindo jovens consumidores de vinho e lançando moda com seu estilo fácil de beber, embalagem conveniente e valor.
As latas são uma das formas de embalagem de vinho alternativa que mais crescem no mercado - uma categoria crescente que inclui o bag-in-a-box e o Tetra Paks, a mesma embalagem usada para caixas de suco. No ano passado, as vendas de enlatados aumentaram 69%, para mais de 69 milhões de dólares, totalizando 739 mil caixas em lojas de varejo monitoradas pela Nielsen. Em 2012, eram apenas 2 milhões de dólares em vendas.
Os amantes do vinho podem encontrar um crescente leque de marcas de produtores nacionais e internacionais embalados em recipientes de alumínio. Algumas são novas marcas somente para vinho em lata, enquanto outras são nomes estabelecidos em novas embalagens.
Muitos dos maiores produtores de vinho da Califórnia estão entrando no jogo, incluindo E. & J. Gallo, Treasury Wine Estates e Foley Family Wines. Eles se juntam ao The Wine Group e The Family Coppola, que preparou o cenário para o moderno vinho enlatado americano com o seu Sofia Mini Blanc de Blancs no início dos anos 2000.
John Wilkinson, sócio-gerente da Bin to Bottle, uma vinícola personalizada em Napa, diz que ele tinha quase 20 clientes fazendo fila para encher o vinho antes mesmo de terminar de instalar a linha de enlatados no início deste ano. A categoria nascente ainda está evoluindo e Wilkinson admite que ainda há muito a aprender sobre o vinho enlatado. "Ainda é um pouco como o Velho Oeste", disse ele.
A popularidade do vinho enlatado tipicamente aumenta na primavera e no verão, à medida que os amantes do vinho saem mais de casa. Mas isso está começando a mudar. "Há tradicionalmente sazonalidade na categoria de vinhos, mas o que vemos é uma demanda bastante constante durante todo o ano por latas e garrafas", disse John Anthony Truchard, da JaM Cellars, que começou a embalar seu Butter Chardonnay e Candy Rosé em latas no último ano.
"A comunidade esportiva ativa ao ar livre certamente abraçou as latas, e também estamos vendo pessoas nas grandes cidades comprá-las pelo tamanho da porção para casa ou para passeios pela cidade", relata Ryan Harms, fundador da Union Wine Co., em Oregon. A Union Wine Co. estava na vanguarda do movimento enlatado de vinhos quando começou a embalar sua Underwood Pinot Noir e Pinot Gris em latas de 375 ml - equivalente a meia garrafa - em 2014. Desde então, a linha da Underwood expandiu, com 55% de sua produção de vinhos embalados em latas, totalizando 244.000 caixas de vinho em 2018. E Harms espera que esse número quase dobre em 2019.
A geração do milênio está impulsionando grande parte do crescimento do vinho enlatado, atraído por suas embalagens portáteis e recicláveis. As latas também são mais leves e mais duráveis do que as garrafas e podem ser apreciadas diretamente do recipiente, tornando-as mais adequadas a parques, praias e festivais do que o vidro.
Pensando fora da garrafa
“A geração do milênio cresceu em um mundo onde consumir vinho ao ar livre - ou em qualquer local fora da mesa tradicional - é mais aceitável do que nas gerações passadas”, aponta Kate McManus, vice-presidente de marketing da Delicato Family Wines, que produz a marca Bota Box, um dos maiores produtores de vinho em caixa.
Enquanto as vendas de vinhos em lata continuam a crescer, o vinho em caixa continua a ser o vinho mais popular dos não embalados em vidro. Atraídos por sua conveniência e valor, os consumidores continuam a consumir caixas de 3 litros. Uma caixa de 3 litros de vinho contém a mesma quantidade que 4 garrafas de tamanho padrão. A tecnologia bag-in-a-box também protege o vinho do oxigênio, mantendo-o fresco por cerca de duas a três semanas depois de aberto.
A Black Box lidera na categoria de vinhos embalados em caixa, aumentando a produção em quase 1 milhão de caixas anualmente desde 2015, de acordo com a Market Watch. A marca produziu o equivalente a quase 7,4 milhões de caixas de vinho em 2018. Os produtores também estão oferecendo opções menores e mais portáteis, como caixas de 1,5 litros e embalagens de 500 ml da Tetra Pak.
Aqui no Brasil quem decidiu investir em vinhos em lata foi a Ponto Nero, empresa de espumante da Casa Valduga. São vinhos frisantes chamados de Becas Sparkling que vem em três versões: Becas Sparkling Fun Rosé com a uva Glera, Becas Sparkling Joy Blanc com a uva uva branca Chardonnay e Becas Sparkling Sweet Moscato com a uva Moscato branco. A ideia é apostar no consumidor mais jovem com um produto descontraído e com menor graduação alcoólica.
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