Blog Meu Vinho

22/04/2021
Cientistas associam consumo moderado de vinho a menor risco de doença renal crônica
Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, descobriram que uma a duas taças por dia reduzem o risco em 29%
Seus rins trabalham duro. Eles mantêm o equilíbrio de fluidos no corpo, produzem hormônios e filtram o sangue, removendo resíduos e outras impurezas e excretando-os pelo sistema urinário. Eles produzem células sanguíneas, bem como controlam a pressão sanguínea. Mantê-los saudáveis é fundamental e um copo de vinho pode ajudar nisso.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, encontrou uma ligação entre o consumo moderado de álcool e uma chance reduzida de desenvolver doença renal crônica (DRC). "Descobrimos que uma quantidade moderada de consumo de álcool (até 1 taça por dia para mulheres e até 2 taças por dia para homens) estava associada a menor risco de doença renal crônica em comparação com pouco ou nenhum consumo de álcool", afirma Emily Hu, principal autora da pesquisa e doutoranda da Johns Hopkins.

A DRC compromete as funções renais normais, permitindo que o excesso de líquidos, toxinas e minerais permaneça no corpo. A doença coloca os pacientes em risco de desenvolver pressão alta, doenças cardíacas e diabetes. A DRC afeta cerca de 30 milhões de adultos nos EUA, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças.

O novo estudo, publicado no Journal of Renal Nutrition, coletou e analisou dados de mais de 12.600 participantes, homens e mulheres, negros e brancos, com idades entre 45 e 64 anos, que foram rastreados ao longo de 24 anos. Usando questionários sobre hábitos alimentares, os pesquisadores separaram os participantes em grupos com base na quantidade de álcool consumida: nunca beberam, ex-bebedores, aqueles que consomem menos ou igual a 1 taça por semana, 2 a 7 taças por semana, 8 a 14 taças por semana e 15 taças ou mais por semana.

Ao longo dos 24 anos, 3.664 dos participantes desenvolveram DRC. Mas houve um resultado surpreendente ao investigar os hábitos de álcool daqueles que não desenvolveram DRC.

Comparados aos participantes que nunca ingeriram álcool, aqueles que consumiram menos ou igual a 1 taça por semana tiveram um risco 12% menor de desenvolver DRC. Aqueles que tomaram de 2 a 7 taças por semana tiveram um risco 20% menor e aqueles que consumiram 15 taças ou mais por semana tiveram um risco 23% menor. Os participantes que bebiam moderadamente de 8 a 14 taças por semana tiveram a maior redução de risco na DRC - um risco 29% menor de DRC do que os que nunca beberam.

Beber pesadamente mostrou um benefício diminuído, no entanto. "Houve uma diminuição linear no risco de DRC de 1 taça por semana para 10 taças por semana", escrevem os autores. "Para o consumo de álcool entre 10 taças por semana e 20 taças por semana, ainda havia um risco reduzido de DRC, mas a associação começou a se aproximar do nulo. Para o consumo de álcool superior a 20 taças por semana, a associação não era mais estatisticamente significativa."

Os pesquisadores escrevem que os bebedores moderados do grupo tendiam a ser homens, brancos e tinham níveis mais altos de educação e renda. Eles dizem que são necessários mais estudos para examinar se algum desses fatores desempenha algum papel.

"Há limitações em nosso estudo que devem ser reconhecidas. Primeiro, o consumo de álcool foi auto-relatado, o que está sujeito a viés de relatório e pode ter sido subnotificado", ressaltam os autores. "Um ponto forte de nosso estudo foi a grande população de base comunitária, com um número relativamente grande de eventos renais e, portanto, poder suficiente para detectar associações significativas. Nossa população inclui homens e mulheres, negros e brancos, permitindo generalização para outras populações. Nosso estudo também teve um longo período de acompanhamento, com mediana de 24 anos, tempo mais longo que os estudos anteriores."

Os cientistas teorizam que o impacto do álcool na redução do risco de DRC é semelhante ao modo como reduz o risco de doença cardíaca coronária. Pesquisas anteriores descobriram que baixos níveis de colesterol HDL (também conhecido como “bom colesterol”) são frequentemente encontrados em pessoas com insuficiência renal. O consumo moderado de álcool tem sido associado a altos níveis de HDL.

Mas antes de comprar uma caixa de Merlot para proteger seus rins, lembre-se de que estudos preliminares sobre o papel da redução de álcool e doenças não contam uma história completa. Os pesquisadores concluem o estudo com uma nota de advertência: o consumo de 1 a 2 doses por dia pode não parece prejudicial à saúde dos rins, mas suas descobertas não devem ser usadas como uma razão para iniciar um hábito alcoólico. O estudo é uma notícia positiva para aqueles que já bebem moderadamente - 1 taça por dia para mulheres e 2 para homens -, mas são necessárias mais pesquisas.

Fonte: Wine Spectator
 

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