Blog Meu Vinho

09/06/2021
Superprovadores de vinho são mais resistentes à Covid-19
Sua capacidade de provar vinho pode estar diretamente relacionada à sua capacidade de resistir ao coronavírus.
Quão intenso é o gosto do vinho para você? A resposta pode ser mais importante do que pensa.

Se você for um superdegustador, pode ter alguma resistência natural ao Covid-19, de acordo com um novo estudo. Mas se suas habilidades de degustação estiverem abaixo da média, você pode estar extremamente vulnerável.

O relatório intitulado "Associação entre fenótipo de receptor de gosto amargo e resultados clínicos entre pacientes com Covid-19" foi publicado no JAMA Network Open, um jornal administrado pela American Medical Association. Os autores acompanharam 1.935 pessoas em 2020 que tiveram exposição ocupacional ao Covid-19, medindo sua capacidade de sentir o gosto amargo e acompanhando suas experiências com o coronavírus.

A pesquisa postula que 25% da população são superdegustadores, 50% são provadores médios e 25% não são provadores, para quem a maioria dos alimentos tem um gosto insípido e sem graça. Se você conhece alguém que diz "todos esses vinhos têm o mesmo gosto para mim", essa pessoa provavelmente é um não provador e você deve compartilhar este estudo com ela.

A pesquisa mostrou que o grupo de não provadores tinha maior probabilidade de teste positivo para Covid-19, maior probabilidade de desenvolver sintomas e maior probabilidade de ser hospitalizado.

Ao mesmo tempo, os superdegustadores tinham menos probabilidade de testar positivo do que os não provadores ou os provadores médios, sugerindo que ser um superdegustador oferece algum tipo de proteção contra o vírus. Nenhum dos superprovadores do estudo que desenvolveram Covid-19 foi hospitalizado.

A amarga realidade

Depois de ler o estudo, liguei para seu autor principal, o Dr. Henry P. Barham, da Sinus and Nasal Specialists of Louisiana, nos EUA. A primeira pergunta que tive que fazer foi: O que te deu a ideia de procurar essa conexão?

Acontece que estudos anteriores mostraram o que o Dr. Barham chama de "uma expressão mais alta dos receptores", ou seja, experiências gustativas mais intensas estão correlacionadas com um risco menor de infecção bacteriana.

Há até uma razão física potencial para isso, embora o estudo mostre correlação, não causa. O Dr. Barham baseou-se em estudos anteriores de receptores de sabor, especificamente o TAS2R38, que detecta sabores amargos.

"Quando esses receptores são ativados, eles fazem várias coisas, incluindo aumentar a ação dos cílios [pelos pequenos] e aumentar a produção de muco", explica Barham. "Eles também produzem óxido nítrico. O óxido nítrico demonstrou inibir a proteína do vírus que causa a Covid-19."

Em outras palavras, quando um superdegustador come brócolis, café ou Pinot Blanc, o receptor de sabor amargo TAS2R38 é ativado, liberando óxido nítrico que combate o vírus. Mas um não provador que pode comer couve sem perceber o amargor não produz óxido nítrico. Portanto, se houver vírus em seu nariz, ele pode continuar se replicando sem interferência.

Barham ressalta que seria um erro os superdegustadores acreditarem que são imunes ao Covid-19. Mas o contrário é importante: se você acha que prova pastéis quando o resto do mundo prova néon, tome precauções extras, porque você pode ser mais vulnerável.

“Há muitas pessoas que desconfiam das vacinas”, afirma Barham. "Isso poderia ser usado como uma forma de ajudar a promover vacinas e outras medidas de proteção."

Fonte: W. Blake Gray/Wine-searcher
 

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