Blog Meu Vinho

04/08/2021
O consumo moderado de vinho afeta a fertilidade masculina? Nova pesquisa diz que não
A crença de que os hábitos de bebida dos homens podem ajudar ou atrapalhar as tentativas de engravidar pode ser um mito
Para casais que estão tentando engravidar, o consumo de álcool afeta a fertilidade masculina? À medida que os casais esperam mais para ter filhos, os pesquisadores de saúde reprodutiva estudam cada vez mais a fertilidade masculina. Uma nova análise de dois estudos de casais dinamarqueses e americanos descobriu que a quantidade de álcool consumida por homens que tentam engravidar pode não ser um fator em seu sucesso reprodutivo.

Estudos anteriores mostraram uma possível correlação entre beber e fertilidade masculina, relacionando o consumo de álcool com um impacto negativo nos hormônios reprodutivos masculinos e na maturação dos espermatozóides. Pequenos estudos clínicos descobriram que o consumo de álcool pode alterar potencialmente os hormônios reprodutivos masculinos e a espermatogênese (o processo pelo qual os espermatozóides amadurecem nos testículos). Mas um estudo descobriu que homens que bebiam vinho tinham espermatozoides mais fortes e saudáveis.

Para a nova análise, publicada no Human Reproduction Journal, os cientistas examinaram dois estudos em andamento sobre fertilidade e saúde em casais que tentam engravidar, como uma forma de examinar o consumo de álcool pelos homens e a fecundabilidade reduzida. (Os cientistas definem fecundabilidade como a probabilidade de gravidez dentro de um ciclo menstrual.)

Os dois estudos foram o SnartForældre ("Soon Parents"), um estudo de coorte prospectivo em andamento de 662 casais dinamarqueses que tem coletado dados desde 2011, e o North American Pregnancy Study Online (PRESTO), que é semelhante em design ao SnartForældre e tem seguido 2.017 casais nos EUA e Canadá desde 2013.

Em ambos os estudos, os casais incluídos mantinham uma relação estável com um parceiro do sexo oposto e tentavam engravidar, e não usavam métodos anticoncepcionais nem recebiam tratamento de fertilidade. SnartForældre recrutou mulheres com idades entre 18 e 49 anos e homens com mais de 18 anos, enquanto PRESTO recrutou mulheres com idades entre 21 e 45 anos e homens com 21 anos ou mais. Ambos os estudos excluíram casais que tinham uma história de dificuldade em conceber, definida por seis ou mais meses de tentativas sem sucesso.

Os estudos monitoraram o consumo de álcool, definindo uma porção como uma cerveja de 360 ml, um copo de 120 ml de vinho ou 45 ml de licor. Os indivíduos foram classificados como bebendo 0, 1 a 5, 6 a 13 e mais de 14 porções padrão por semana. Os estudos basearam-se no auto-relato dos pacientes sobre o consumo de álcool (o que nem sempre é confiável).

Mais de 1.700 mulheres no estudo engravidaram em um ano, representando mais de 64 por cento dos casais, semelhante a estudos anteriores com mulheres nessa grande faixa etária. A ingestão média de álcool por homens em uma base semanal foi de 4,5 porções padrão no estudo SnartForældre e 4,1 no PRESTO. Os dados mostraram que as diferenças na fecundabilidade entre os homens que bebiam 14 doses por semana ou menos eram estatisticamente quase iguais às dos homens que não bebiam.

Houve algumas diferenças entre as duas amostras de banco de dados. Os homens no estudo dinamarquês apresentaram taxas mais altas de atividade física, bem como de doenças sexualmente transmissíveis. Já os norte-americanos do sexo masculino passam mais tempo trabalhando, têm maior probabilidade de apresentar índice de massa corporal elevado e ingerem mais refrigerantes. Todos esses são fatores que podem afetar a fertilidade.

Embora os pesquisadores não tenham encontrado uma correlação entre o consumo de álcool e a fertilidade masculina nesta análise, eles alertam que sua pesquisa teve algumas limitações, incluindo que a análise não fez distinção entre os tipos de álcool. No entanto, os dados mostraram uma fecundabilidade diminuída em bebedores pesados que consumiram mais de 10 porções de cerveja ou 6 de bebidas destiladas por semana. O estudo também considerou o consumo de álcool com base na quantidade semanal e não diferenciou entre consumo excessivo de álcool e consumo moderado.

Embora este estudo seja encorajador para casais que bebem moderadamente, outros estudos apontam para fatores de estilo de vida, como dieta e fumo, como considerações importantes para o sucesso reprodutivo. Qualquer casal que esteja lutando para engravidar deve consultar um profissional médico.

Fonte: Wine Spectator
 

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