Blog Meu Vinho

11/08/2021
Dieta rica em flavonóides, incluindo vinho, é associada à redução da pressão arterial
Um novo estudo descobriu que o consumo moderado de vinho, chá e outras fontes de flavonóides pode melhorar a saúde do coração
A hipertensão é um fator significativo por trás de condições potencialmente fatais, como ataques cardíacos e derrames. Mas um novo estudo descobriu que a maior ingestão de flavonóides, uma família de compostos polifenólicos encontrados em frutas, vegetais e vinho, está associada à redução da pressão arterial em homens e mulheres.

Pesquisas anteriores encontraram evidências de uma ligação entre os compostos do vinho tinto e a redução da pressão arterial, mas o novo estudo, publicado na Scientific Reports, acrescenta mais peso à hipótese, investigando especificamente o composto e seu impacto na saúde e medindo diretamente os níveis de flavanol dos participantes do estudo, em vez de depender apenas de questionários de dieta. A pesquisa foi conduzida por cientistas das Universidades de Reading, Cambridge e da California at Davis.

O nutricionista e autor principal, Dr. Gunter Kuhnle, e sua equipe se concentraram no flavan-3-ol, uma das seis classes de compostos polifenólicos comumente encontrados nas dietas ocidentais. Eles analisaram dados do Estudo Prospectivo Europeu sobre o Câncer (EPIC), um grande estudo que rastreou informações sobre dieta e saúde de mais de 25.000 participantes ao longo de 20 anos. Os participantes foram recrutados entre 1993 e 1997, e tinham entre 40 e 75 anos de idade. O estudo compilou dados de questionários de frequência alimentar auto-relatados e monitorou as mudanças na pressão arterial sistólica e diastólica.

O que torna este estudo diferente dos esforços anteriores é o uso de biomarcadores nutricionais. Em vez de confiar apenas nos questionários auto-relatados, Kuhnle e sua equipe também analisaram os resultados dos testes de sangue e urina que mediam a ingestão de flavanol. A alta variabilidade de flavonóides em certos alimentos tornou os biomarcadores essenciais. Enquanto um participante pode relatar beber uma taça de vinho por dia, uma taça de vinho pode conter a mesma quantidade de flavonóides que três taças de um vinho diferente.

"O vinho pode ter muitos flavonóides, mas isso depende da variedade e da safra", enfatiza Kuhnle. "Existem alguns tintos com um teor muito baixo e brancos com um teor muito maior, então não é simples." Isso tornou a medição dos biomarcadores mais crucial.

Os resultados mostraram que a alta ingestão de flavan-3-ol, especificamente de chá, vinho e maçãs, estava associada a uma pressão arterial mais baixa. O limiar de Kuhnle para hipertensão era 140 mm Hg (milímetro de mercúrio) para pressão arterial sistólica e 90 mm Hg para pressão arterial diastólica. Participantes do sexo masculino nos 10% superiores do consumo de flavan-3-ol tinham pressão arterial sistólica 2 mm Hg mais baixa do que os 10% inferiores. Já as mulheres entre os 10% superiores do consumo de flavan-3-ol tinham pressão arterial sistólica 2,5 mm Hg mais baixa do que aquelas nos 10% mais baixos. Essa redução é comparável aos efeitos a longo prazo da dieta mediterrânea.

Além disso, o efeito da alta ingestão de flavan-3-ol sobre a pressão arterial foi mais forte entre aqueles que já sofrem de hipertensão. “A associação entre ingestão e pressão arterial, portanto, segue um modelo progressivo, onde o tamanho do efeito mais forte é encontrado naqueles com pressão arterial mais alta”, explica Kuhnle.

Infelizmente, o estudo EPIC registrou apenas uma amostra de urina por participante. Várias amostras teriam fornecido uma estimativa melhor da ingestão habitual de flavonóides. "A principal ressalva de nosso estudo é que tivemos que confiar em uma única medição", ressalta Kuhnle. “Claro que teria sido ótimo ter mais ao longo de vários anos para investigar os efeitos de longo prazo”.

Fonte: Wine Spectator
 

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