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A definição de terroir há muito tempo causa debate no mundo do vinho, mas um novo estudo sobre o Malbec em seu coração de Mendoza, na Argentina, pode lançar uma nova luz sobre a questão para bebedores e produtores de vinho.
Publicado na revista científica Scientific Reports, o estudo sobre o Malbec "prova irrefutavelmente a existência de terroir e sua persistência em safras", de acordo com o Instituto Catena, que liderou a pesquisa.
Os cientistas analisaram a composição química de 201 vinhos Malbec de 23 parcelas de vinhedos diferentes em Mendoza, na Argentina.
Vinhos das safras 2016, 2017 e 2018 foram escolhidos para o estudo do terroir do Malbec, e os pesquisadores descobriram que podiam identificar características reveladoras de diferentes locais de vinhedos.
“Pudemos prever com 100% de certeza a safra de cada vinho de nosso estudo por meio de análises químicas'', revelou a Dra. Laura Catena, que fundou o Catena Institute of Wine em 1995.
“Mendoza é um dos poucos lugares no mundo com terroirs de vinho notavelmente diferentes a curtas distâncias'', relatou a Dra. Catena, que também é enóloga de quarta geração na Bodega Catena Zapata. “Pela primeira vez, este estudo mostra que o efeito terroir pode ser quimicamente descrito de safra a safra em regiões maiores, bem como em parcelas menores (parcelas)”.
Das 23 parcelas de vinha envolvidas, 11 puderam ser identificadas com 100% de precisão através da análise dos vinhos. As outras 12 parcelas foram identificadas 83% das vezes, disse o instituto.
Todos os vinhos foram produzidos em condições padronizadas, e 12 indicações geográficas em Mendoza estavam representadas entre as 23 parcelas de vinhedos - todas com menos de um hectare.
“Nosso estudo dá crédito ao que os monges cistercienses da Borgonha chamaram de 'cru', simplesmente definido pelo [escritor de vinhos] Hugh Johnson como ‘uma seção homogênea da vinha cujos vinhos, ano após ano, provaram ter uma identidade de qualidade e sabor’,” acrescentou a Dra. Catena. “Hoje, pela primeira vez na literatura científica, o francês ‘cru’ recebe um nome espanhol, ‘parcela’, porque os vinhos estudados no Instituto Catena do Vinho eram de Mendoza, Argentina.” |
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